Conto: Amélia e o caso da bolha


Essa é Amélia, uma típica garota introspectiva que sente que tem tudo que precisa bem ao seu lado. A única coisa que ela deve fazer é: não inventar nada novo.
 Você pode estar se questionando: O que seria nada novo? Bem, eu te respondo com tal frase: Amélia se sente bem apenas se estiver vivendo em sua zona de conforto. 
E qual é? 
A bolha. 
Aos seus doze anos, Amélia foi a um médico pois estava se sentindo muito ansiosa. Então, o médico lhe disse que a menina estava com a síndroma da bolha. 
- Os sinais são bem aparentes”. - disse o médico para a mãe de Amélia - Você deve apenas a observar”.
 Amélia não é como seus colegas de classe que gostam de conviver em grupo e também, ir para outros lugares que nem sequer conhece. Só em pensar nisso lhe dá calafrios. Ela não pode fazer nada disso, nem mesmo se quisesse. Por que? A resposta está na bolha.
 Mas não posso dizer que Amélia se sente muito afetada por essa síndroma. Como já dito, ela percebe que tem tudo o que precisa bem ao seu lado. Sua casa, seus filmes, seus livros, aquelas histórias que só pode viver em um ambiente quieto e confortável. Enfim... tudo o que interessa para a menina da bolha.
 Mas afinal... o que seria essa bolha na realidade?! É uma redoma invisível que persegue Amélia para aonde ela for? O refúgio dos momentos que Amélia se sente confortável em viver? Então... seria por isso que ela consegue pegar um livro, o controle da TV, mexer no computador?!
 Amigos?! Sim, Amélia tem. Mas são poucos. A bolha os afasta. Para ser sincera, Amélia acaba afastando as pessoas com sua bolha. Isto, às vezes, a faz se sentir triste. A garota já chorou por achar que ninguém se importa com ela, pois se compara com as outras meninas que tem muito mais amigas, viajam juntas, saem juntas... Contudo Amélia não pode culpar os outros, enquanto o problema está na síndroma da bolha.
 Você pode estar pensando que isso é bobeira de Amélia. Ela apenas deve tentar sair da bolha. Entretanto, isso não é fácil. “Para sair da bolha, Amélia deve se sentir bem com o mundo”- explicou o médico no dia em que ela foi diagnosticada com a síndroma. 
Por fim, posso perguntar para você e deixar entreaberto o futuro da Amélia. Você decide. O certo seria: sair da bolha ou viver nela? O certo seria enfrentar o mundo e suas consequências, ou ficar na zona de conforto para sempre? O que você acha?! 
Existem muitas Amélias por aí. Se você conhece alguma Amélia, não a julgue, ajude-a. 
Sair da bolha não é fácil, mas a busca do alfinete para furá-la é mais fácil quando se tem ajuda.
Esse é apenas um texto de reflexão que decidi escrever. Se você conhece alguma Amélia, esteja ao lado dessa pessoa. Pode não parecer, mas ela quer ajuda. 

Beijos e até ao próximo post.

5 comentários:

  1. A Amélia pode achar que tem tudo o que precisa, mas o médico esqueceu de dizer a ela que quem vive através de uma bolha enxerga o mundo de uma forma distorcida (é só olhar a foto e ver a distorção dentro da bola). A Amélia precisa estourar a bolha ela mesma, pq a verdade é que a zona de conforto é uma ilusão; a bolha não é para sempre, uma hora ela vai explodir, Amélia querendo ou não :(

    Um conselho para a Amélia. Cada vez que ela sair de casa, tente ficar 10 minutos a mais na rua do que ela ficaria. E vai aumentando esse tempo gradativamente. Tipo, se a Amélia sai às 12h do colégio e vai para a casa direto, ela devia ir para casa somente 12h10 e procurar algo para fazer nesse meio tempo, nem que seja falar sobre o tempo com o inspetor do colégio, sei lá. Dá para sacar?

    Beijos!
    Tici | www.bibliophiliarium.com

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  2. Poxa, me identifiquei com essa Amelia, acho que sou uma kkkkkk
    Sempre tive problemas para sair da minha "zona de conforto" e sempre me incomodo se alguém tenta invadir esse espaço. Mas é verdade que essa bolha não irá durar para sempre!

    Adorei o post.

    >> www.mhyllaoficial.tk

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  3. Com certeza todos temos um pouco de Amélia em cada um de nós, um mais do que outros. Sair da zona de conforto é algo realmente difícil e delicado. E ser julgado por ter o complexo da bolha é algo que só nos faz ficar mais reprimidos e encolhidos dentro dela ainda. Mas cada um a seu tempo há de encontrar seu caminho e fazer as coisas melhores. Boa sorte pra Amélia <3
    Beijos, Carol.
    Debora.
    http://vanille-vie.blogspot.com.br/

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  4. Nossa, gostei demais do conto!
    Eu sei que não é fácil estourar a própria bolha, mas ainda acho que é o que se deva fazer. Não sob pressão, mas aos pouquinhos. A Tici disse bem, tem que fazer coisas pequenas e ir progredindo.
    Dizem os meus amigos que sou antissocial, porém não sou contra nenhuma sociedade. Diz a psicologa que tenho fobia social, porém também não me vejo com medo de nenhuma sociedade. Acho que síndrome da bolha seria uma definição muito melhor!
    =D

    http://osdragoesdefogo.blogspot.com/

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  5. Ótima reflexão. Gostei. Às vezes me sinto na bolha também. Me permitindo sair...

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